1 de outubro de 2014

Nenhuma poesia...

   Sabe, acho que não tenho nenhuma palavra profunda ou rimas graciosas, ou linhas e linhas do derramar de um coração intenso e pulsante. Hoje não há poesia, e talvez isso também seja poesia...

  Estive pensando sobre como é interessante todo o processo de vida, em como as pessoas, nós, se iludem, escondem, temem; o quanto somos ansiosos e queremos burlar o processo, pegar atalhos, conhecer tudo, saber de todas as respostas e ter a certeza de que nos conhecemos por completo, que podemos ser quem achamos que somos, ou quem pensam que somos. Pegar o rascunho do eu que está sendo formado e o colocar para caminhar na tela cheia de cores e histórias pré-definidas.

  Eu não faço idéia do que você pensa a respeito disso, se já se conhece o suficiente, não possui dúvidas, temores, ou se simplesmente não pensa nada, mas eu ouvi uma frase que me encantou, e era algo sobre parar para ouvir a trilha sonora do agora, sem esperar todas as fórmulas e respostas do amanhã. E isso faz parte do processo, da caminhada para o amadurecimento.

  Se amanhã eu serei quem eu quero, a mulher cheia de certezas e madura, não sei. Talvez eu não atenda ao padrão das mulheres que amadurecem na adolescência e já sabem tudo que querem aos 20 anos. Ou talvez eu saiba, mas ainda há uma certa confusão no meio de tanta timidez e percepções.

  Eu já havia resolvido, tomado uma decisão: descobrir e caminhar nesse processo com Ele. Sim, meu Pai e melhor amigo: Jesus. Não sou a pessoa perfeita, nem busco ser, não tenho todas as respostas, e cada vez sei menos, apesar de começar a entender algumas coisas que antes me eram tão nebulosas. Mas há um caminho a ser percorrido, e eu quero fazer isso. Quero “conhecer as manhas e as manhãs”... E eu sei, sim, isso eu sei, de que com Ele eu posso. Cercada por esse amor que é conflitante de tão perfeito e fora dos padrões humanos, um amor que não muda, não se mede, não pode ser descrito em palavras...

  Pois é, eu vou...

  E por hoje é só. Sem poesia, apenas eu.

25 de setembro de 2014

Nascer do dia...




Meu recanto de vida em chão de folhas e persianas de borboletas

Que no tracejo dos dias rascunham as possibilidades de um amanhã,

Mas no hoje banham de cores e perfumes as frações de pétalas que caem,

Todas, numa porção de bem-me-quer infindável, dançantes tal qual carrossel.







20 de setembro de 2014

Caverna... e um novo dia

É um grande ato de coragem deixar com que nasça o dia e o calor do sol toque a sua pele após tanto tempo na gélida noite da caverna do medo e incerteza...

E como parte do pacote de vida, o crescimento se apresenta na racionalização e ato de tornar real o novo dia; nos passos lentos e pesados que se seguem ao juramento de dias melhores, dias mudados, inéditos.

O engraçado é que nunca estamos completamente prontos para que a transformação deposite suas malas na varanda e bata à porta como quem pede as chaves e um lugar no quarto principal... mas esse dia sempre chega, sem aviso, e toma nossos instantes como tempestade... exasperada expectativa.

Mas no entremeio dos segundos que carregam tamanha carga de vida, uma voz, suave, é capaz de trazer calmaria aos corações e presentear com esperança e certeza o olhar aflito. Talvez isso não soe tão verdadeiro, mas é! Ele, com seu amor, é capaz de arrebatar cada partícula do ser e permitir, a nós, o toque.

Boa, agradável e perfeita vontade que com furor sorri... Ele no controle...

12 de agosto de 2014

Que te encontrem

Travada a batalha em que grãos de vida desfalecem
Acirrada destreza tilinta por entre brechas de luzes
Onde reina a singeleza de passos que procuram certezas
E de glórias vindouras o perfume renasce no tempo de hoje.


Sinos ecoam tua voz e faces, daquelas que as estrelas percorrem
Céus de prata e pinceladas de aquarela tecem mãos capazes
Emoldurados os sorrisos e compassos de um peito que pulsa
Nas cordas, notas de capim-limão e canela; que te encontrem.

5 de agosto de 2014

Outro olhar


Não sei se você funciona assim, mas eu tenho uma certa dificuldade em me entregar e facilitar as coisas... As pessoas estão tão superficiais. Perguntam como você está, mas não se interessam pela resposta, ou seja, pouco se importam, apenas cumprem com mais um daqueles protocolos ineficientes e patéticos.
 
 
O que mais me encanta naqueles que se aproximam, ou que mesmo longe flertam com as tais poesias da vida, é a verdade nas pequeninas atitudes, que capazes são de tilintar as mais doces melodias, mesmo que em silêncio.
 
 
Então isso é o que eu busco, hoje, agora, e amanhã também. Ser essa pessoa, que carrega a essência de quem realmente é, e se aceita como ser HUMANO e não mais um super homem, super mulher, ou qualquer outro super... o que não faltam são opções nessas horas.
 
 
Quanto à aceitação?! Sei que buscamos isso, mas não é o que me preocupa hoje. Prefiro ser, para poder, então, estar, e desfrutar desse “estar” de forma plena. Prefiro perceber a maciez do doce, a aspereza e profundidade do amargo, a maleabilidade do azedo, a rigidez crítica do salgado... hehe... eu prefiro!


Outro olhar...

28 de julho de 2014

Pingo de Oceano



Centelhas de vida em espaços soltos, envoltas em brisa e som;

Num encanto teu olhar caminha em longos passos rumo ao meu

Trilha tecida pelo dedilhar da fusão que baila em apenas um tom

Onde a melodia se transforma em cores que todas conduzem à rima – teu.




Antes um sorriso de tímidos lábios cercava meu peito ao imaginar

Mas anjos trouxeram às minhas mãos rosas doces como avelã e vinho,

Agora esse silêncio embala minh’alma; cada compasso a me fascinar,

E o toque do verde nas paredes que se erguem como um esculpir – pergaminho.




Notas de puro frescor e desvelo perfazem o nosso pingo de oceano em dias de verão

No quintal o perfume de primavera permeia as alegrias, todas elas, cada uma...

E em imaginar, somente, o hoje recebe asas capazes de tomar os céus – imensidão

Adormecem agora os sonhos e projetos, em teus braços, no calor daquela chama...



2 de julho de 2014

Haja Luz

Por entre as linhas que se enlaçam
Ventos tocam teus cabelos com doce som,
E as cores que em silêncio caminham
Tecem os acordes de mais uma pétala.


No soar das estrelas em noite de luar
Reside a chama da esperança que retine
E, límpida, toca as horas com ardor;
Cantigas e contos se perfazem em luz.


A substância que no agora gera, é vida
Fusão de raios de sol e suaves pinceladas
Que n’um sopro faz reviver a matéria, antes rascunho,
E faz nascer o sonho com cheiro de primavera.


Teus perfumes saltam ao toque da brisa
E como bailam os tempos, assim o fazem,
Vestidos por sorrisos e furioso amor – oceano,
Com olhar capaz de revelar a beleza do hoje.




Haja luz!




4 de junho de 2014

Criticidade


Por que temos tanto medo da discussão, do debate?



   As pessoas temem externar o que pensam... Temem a rejeição... Ou a exposição do fato de não possuírem uma opinião formada sobre o assunto, de não exercitarem o pensamento crítico a respeito das coisas, fatos, que as cercam?

   Muito de nós, desde o nascimento, somos encorajados a repetirmos as verdades que nos ensinam, a nos misturarmos ao ponto de não sermos mais indivíduos, mas mais do mesmo. Somos ensinados que o melhor é o que “todo mundo pensa” e não há porque tentar caminhar para algo diferente disso.

   O exercício da criticidade é fundamental para o desenvolvimento do ser humano, enquanto ser pensante, dotado de inteligência, de capacidade de julgamento das escolhas que se lhe apresentam, dos conceitos que saltam, a cada momento, nas telas dos computadores, celulares, TVs, etc.

   Não sou nenhuma estudiosa na área, mas o que tenho percebido no meu círculo de convívio, nos lugares onde ando, é que a rejeição às pessoas que costumam emitir um opinamento, seja ele em concordância com a opinião da maioria, ou em discordância, passam a ser alvo de apontamentos maliciosos, mal vistos.

   E essa realidade muito me espanta, no sentido de provocar temor em relação à “qualidade” de pessoas que estamos formando, ou ajudando a formar.

   Nossa capacidade de racionalização, de escolha, é um presente e, para nos conformarmos com o padrão temos de abrir mão dele? Existe algo muito errado por trás dessa noção que se espalha como erva daninha por entre as casas, escolas, e demais instituições. Precisamos, o quanto antes, acordar para a necessidade de encorajarmos nossas crianças, jovens, e futuros adultos, governantes, líderes, a exercitarem o pensamento crítico, a análise das variáveis... Precisamos entender que o colorido só pode ser desfrutado por aqueles que enxergam as diferentes cores, e não apenas tons de cinza.

   Todos os dias esses pequenos grandes desafios se apresentam a nós, independente do cenário, ambiente, e a hora para semearmos um amanhã promissor é no hoje. Não podemos perder mais tempo com os enlatados que nos servem, como se não houvesse alimento fresco, e esse não pudesse ser cultivado por mim mesmo, no meu próprio quintal. Conseguem entender a metáfora? Do que temos nos alimentado, e o que temos dado de alimento aos outros?



Agora é a hora... PENSE!

 

27 de abril de 2014

Virtuais

   Comecei essa reflexão ao pegar meu celular, que estava carregando, e dar aquela olhada básica para ver se havia chegado alguma mensagem. E ao passar os olhos pelo ícone de uma rede social me assustei com o número de notificações, sendo que há pouco eu já havia dado uma espiada no espaço.

   Como boa garota que sou, rsrs, logo verifiquei uma a uma as notificações. Feito isso, outra espiada na time line (que não poderia faltar) e a luz acendeu, e não foi a primeira vez, não somente agora, mas hoje mais uma vez: o que estamos fazendo das nossas vidas? Fotos e mais fotos, textos copiados, satisfação dos instantes vividos sendo prestada aos inúmeros “amigos”, muitas vezes desconhecidos, e o presente se esvaindo como chuva que cai e logo passa.

   Na ânsia por aproveitar o agora, por absorver tudo que está acontecendo, por viver a agitação da cachoeira de informações, acabamos perdendo os momentos que brigamos para registrar, onde argumentamos: “esse instante precisa ser eternizado”. Mas esquecemos que nada mais precioso do que o instante que é vivido em sua plenitude, que se eterniza por gerar em nossos corações vida, por marcar com seus perfumes, cores, sons e silêncios, a nossa existência, por oxigenar nossas mentes.

   Mais uma vez eu me questiono, e logo lembro de uma matéria que assisti no GNT sobre a realidade das mulheres, prisioneiras, durante a ditadura aqui no Brasil. Pouco se fala sobre esse período tão nebuloso e cheio de quartos escuros e baús abandonados, mas esse debate será em outro momento. Logo minha mente fez um link com o que uma das entrevistadas destacou como sendo o legado que ela deve deixar à atual geração e às vindouras: a reflexão, coerente, verdadeira, sobre a preciosidade que é viver o hoje, aproveitar o presente, amar a família, cuidar daqueles que são nossos, de transformar a nossa realidade e lutar, encarando o agora como a única oportunidade que temos.

   E enquanto escrevia esse post, olha o que achei em um blog que acabei visitando sem ter planejado: 18 verdades cruéis sobre os relacionamentos modernos que você vai ter que encarar [http://relatosdeumadiva.wordpress.com/2014/04/11/18-verdades-crueis-sobre-os-relacionamentos-modernos-que-voce-vai-ter-que-encarar/]. Se você puder ler antes de continuarmos, seria magnífico.

   E então, de volta, o que achou? Confesso que, mesmo sabendo da nossa realidade, a cada frase meu coração doía, chorava... Como é triste perceber o quanto podemos ser maus, destruir a nossa realidade, e gerar caos quando deveríamos semear vida.

   O que eu quero, mais uma vez, com essa reflexão? Fazer com que eu e você pensemos sobre o que estamos fazendo, sobre as nossas escolhas, sobre os nossos planos, projetos e anseios. Quais são os princípios e valores que carregamos gravados no peito, e dos quais não abrimos mão?

   Sim, podemos nos libertar! E entender que estamos aqui para gerar vida, para sermos e não apenas existirmos, para semear boa semente, e deixar um legado àqueles que estão chegando e aos que ainda virão depois de nós.

   Se eu me faço repetitiva, desculpe, mas é que esse assunto não sai de pauta, é de extrema importância... concorda? Precisamos sim falar a respeito, tentar reagir, mudar o rumo das coisas, pensar um pouco mais... viver.


E a pergunta feita no último post continua: Vamos tentar?




8 de abril de 2014

Vamos tentar?!


Interessante perceber como as pessoas realmente atribuem valor àquilo ou àqueles que os cerca.

Por tanta vezes cometemos tantos erros com o seguinte motivador: “Mas e o que fulano vai pensar?” ou “Como irão reagir se eu fizer...?” ou ainda “Acho que isso não é tão aceitável aos olhos de...”.

Mas o que realmente importa? Quais são fundamentos de uma vida saudável, cheia de alegria, que mesmo em meio às correrias, stress, cansaço e problemas, pode ser factível em uma realidade onde valores e princípios são negociados com tanta facilidade, ou deturpados a fim de se enquadrarem nas imposições midiáticas?

Pois bem, eu também sou uma dessas pessoas que têm de se controlar todos os dias; preciso me analisar e ser capaz de enxergar quais são minhas fraquezas quando o cinto aperta, se consigo ver a real beleza daquilo que me cerca, se no meu julgamento os princípios, que devem ser inegociáveis, são colocados em primeiro lugar. Você conseguiu me acompanhar a começar a refletir a respeito dessas questões?

Então, antes de prosseguirmos, deixe que eu explique o motivo de tudo isso. É comum na nossa atualidade as pessoas se perderem em meio à massa de informações, conceitos, imposições, pressões, seja colocados pela mídia, ou por aquelas pessoas que fazem parte do círculo íntimo, ou colegas do trabalho, aquele grupo que sempre encontramos. E o grande problema não são as pressões, mas o fenecer do INDIVÍDUO como reação a essas pressões.

Se começarmos a questionar, discutir a respeito, um grande passo para que a essência do eu seja preservada foi dado.

Agora sim, prestadas as devidas explicações e valorado o propósito dessa conversa, podemos prosseguir.

Você já se surpreendeu ao notar que esta pensando: “Se eu deixasse de me importar com essas futilidades...”, “Amanhã eu poderia recomeçar e fazer isso diferente...”, “Talvez não seja tão importante essa opinião...”, “Há necessidade de eu fazer isso?”.

Eu sim! E não foi apenas algumas dezenas de vezes em que eu me coloquei nessa “sinuca de bico” quanto a questões realmente complexas ou relacionadas a escolhas pequenas que eu deveria tomar. E o resultado de tantos questionamentos foi positivo, em todos os casos, para que eu parasse e atentasse à necessidade que eu tinha de me preservar enquanto ser humano, de conservar a minha dignidade, de passar por cima de convenções para que o eu, com as tantas características únicas e louváveis, pudesse ser reafirmado, e princípios não fossem abandonados pelo caminho.

Esse exercício de avaliação das minhas alternativas, das oportunidades que surgem, das atitudes que devo tomar, rendeu grande aprendizado e autoconhecimento. E eu pude descobrir que a minha voz também pode, e deve, ser alçada em direção à vida, que ela é audível e não são coisas, ou pressões, ou escolhas alheias que devem limitá-la.

Pense nisso... emudecer quem você é simplesmente para agradar a outrem, se submeter a convenções criadas pelo egoísmo e coisificação do indivíduo, negociar princípios inegociáveis em troca de aceitação... não! Essa não é a melhor escolha! Esse é o caminho largo e mais confortável, mas é o mesmo caminho que te conduz à morte, ao túmulo dos sonhos, ao odor da desilusão e frustração.

E se você começou a trilhar esse caminho eu tenho uma notícia excelente para te dar: hoje ainda dá tempo de mudar. Agora mesmo você pode sacudir a poeira e começar algo diferente, mesmo que seja apenas nos seus pensamentos, afinal, tudo começa na mente.

Vamos tentar?!

7 de abril de 2014

Perto de Ti [27]

Aquarela atroz de colorido pálido e lento
Invasivas sombras que sorrateiramente infiltram as paredes
Embalo mórbido de solidão e medo...


N’alguns instantes atrás cores, em preto e branco, percorriam meus quartos
E gélida indiferença trazia missivas vindas das pegadas do ontem
Embalo mórbido de solidão e medo...


Então Tuas flores, pétalas de vida e paz, tornaram em manhã o meu hoje
Juras de certeza fizeram brotar a esperança em cores de verde e azuis
Embalo doce de abraços e fotografia do amanhã...


Teu peito, minha paz, embebe de canções entendidas por minh’alma o agora
Nas gotas da Tua presença o oceano dos Teus olhos me abraça e lança fora a ferida

Embalo doce de Vida que se manifesta – perto de Ti!