27 de abril de 2014

Virtuais

   Comecei essa reflexão ao pegar meu celular, que estava carregando, e dar aquela olhada básica para ver se havia chegado alguma mensagem. E ao passar os olhos pelo ícone de uma rede social me assustei com o número de notificações, sendo que há pouco eu já havia dado uma espiada no espaço.

   Como boa garota que sou, rsrs, logo verifiquei uma a uma as notificações. Feito isso, outra espiada na time line (que não poderia faltar) e a luz acendeu, e não foi a primeira vez, não somente agora, mas hoje mais uma vez: o que estamos fazendo das nossas vidas? Fotos e mais fotos, textos copiados, satisfação dos instantes vividos sendo prestada aos inúmeros “amigos”, muitas vezes desconhecidos, e o presente se esvaindo como chuva que cai e logo passa.

   Na ânsia por aproveitar o agora, por absorver tudo que está acontecendo, por viver a agitação da cachoeira de informações, acabamos perdendo os momentos que brigamos para registrar, onde argumentamos: “esse instante precisa ser eternizado”. Mas esquecemos que nada mais precioso do que o instante que é vivido em sua plenitude, que se eterniza por gerar em nossos corações vida, por marcar com seus perfumes, cores, sons e silêncios, a nossa existência, por oxigenar nossas mentes.

   Mais uma vez eu me questiono, e logo lembro de uma matéria que assisti no GNT sobre a realidade das mulheres, prisioneiras, durante a ditadura aqui no Brasil. Pouco se fala sobre esse período tão nebuloso e cheio de quartos escuros e baús abandonados, mas esse debate será em outro momento. Logo minha mente fez um link com o que uma das entrevistadas destacou como sendo o legado que ela deve deixar à atual geração e às vindouras: a reflexão, coerente, verdadeira, sobre a preciosidade que é viver o hoje, aproveitar o presente, amar a família, cuidar daqueles que são nossos, de transformar a nossa realidade e lutar, encarando o agora como a única oportunidade que temos.

   E enquanto escrevia esse post, olha o que achei em um blog que acabei visitando sem ter planejado: 18 verdades cruéis sobre os relacionamentos modernos que você vai ter que encarar [http://relatosdeumadiva.wordpress.com/2014/04/11/18-verdades-crueis-sobre-os-relacionamentos-modernos-que-voce-vai-ter-que-encarar/]. Se você puder ler antes de continuarmos, seria magnífico.

   E então, de volta, o que achou? Confesso que, mesmo sabendo da nossa realidade, a cada frase meu coração doía, chorava... Como é triste perceber o quanto podemos ser maus, destruir a nossa realidade, e gerar caos quando deveríamos semear vida.

   O que eu quero, mais uma vez, com essa reflexão? Fazer com que eu e você pensemos sobre o que estamos fazendo, sobre as nossas escolhas, sobre os nossos planos, projetos e anseios. Quais são os princípios e valores que carregamos gravados no peito, e dos quais não abrimos mão?

   Sim, podemos nos libertar! E entender que estamos aqui para gerar vida, para sermos e não apenas existirmos, para semear boa semente, e deixar um legado àqueles que estão chegando e aos que ainda virão depois de nós.

   Se eu me faço repetitiva, desculpe, mas é que esse assunto não sai de pauta, é de extrema importância... concorda? Precisamos sim falar a respeito, tentar reagir, mudar o rumo das coisas, pensar um pouco mais... viver.


E a pergunta feita no último post continua: Vamos tentar?




8 de abril de 2014

Vamos tentar?!


Interessante perceber como as pessoas realmente atribuem valor àquilo ou àqueles que os cerca.

Por tanta vezes cometemos tantos erros com o seguinte motivador: “Mas e o que fulano vai pensar?” ou “Como irão reagir se eu fizer...?” ou ainda “Acho que isso não é tão aceitável aos olhos de...”.

Mas o que realmente importa? Quais são fundamentos de uma vida saudável, cheia de alegria, que mesmo em meio às correrias, stress, cansaço e problemas, pode ser factível em uma realidade onde valores e princípios são negociados com tanta facilidade, ou deturpados a fim de se enquadrarem nas imposições midiáticas?

Pois bem, eu também sou uma dessas pessoas que têm de se controlar todos os dias; preciso me analisar e ser capaz de enxergar quais são minhas fraquezas quando o cinto aperta, se consigo ver a real beleza daquilo que me cerca, se no meu julgamento os princípios, que devem ser inegociáveis, são colocados em primeiro lugar. Você conseguiu me acompanhar a começar a refletir a respeito dessas questões?

Então, antes de prosseguirmos, deixe que eu explique o motivo de tudo isso. É comum na nossa atualidade as pessoas se perderem em meio à massa de informações, conceitos, imposições, pressões, seja colocados pela mídia, ou por aquelas pessoas que fazem parte do círculo íntimo, ou colegas do trabalho, aquele grupo que sempre encontramos. E o grande problema não são as pressões, mas o fenecer do INDIVÍDUO como reação a essas pressões.

Se começarmos a questionar, discutir a respeito, um grande passo para que a essência do eu seja preservada foi dado.

Agora sim, prestadas as devidas explicações e valorado o propósito dessa conversa, podemos prosseguir.

Você já se surpreendeu ao notar que esta pensando: “Se eu deixasse de me importar com essas futilidades...”, “Amanhã eu poderia recomeçar e fazer isso diferente...”, “Talvez não seja tão importante essa opinião...”, “Há necessidade de eu fazer isso?”.

Eu sim! E não foi apenas algumas dezenas de vezes em que eu me coloquei nessa “sinuca de bico” quanto a questões realmente complexas ou relacionadas a escolhas pequenas que eu deveria tomar. E o resultado de tantos questionamentos foi positivo, em todos os casos, para que eu parasse e atentasse à necessidade que eu tinha de me preservar enquanto ser humano, de conservar a minha dignidade, de passar por cima de convenções para que o eu, com as tantas características únicas e louváveis, pudesse ser reafirmado, e princípios não fossem abandonados pelo caminho.

Esse exercício de avaliação das minhas alternativas, das oportunidades que surgem, das atitudes que devo tomar, rendeu grande aprendizado e autoconhecimento. E eu pude descobrir que a minha voz também pode, e deve, ser alçada em direção à vida, que ela é audível e não são coisas, ou pressões, ou escolhas alheias que devem limitá-la.

Pense nisso... emudecer quem você é simplesmente para agradar a outrem, se submeter a convenções criadas pelo egoísmo e coisificação do indivíduo, negociar princípios inegociáveis em troca de aceitação... não! Essa não é a melhor escolha! Esse é o caminho largo e mais confortável, mas é o mesmo caminho que te conduz à morte, ao túmulo dos sonhos, ao odor da desilusão e frustração.

E se você começou a trilhar esse caminho eu tenho uma notícia excelente para te dar: hoje ainda dá tempo de mudar. Agora mesmo você pode sacudir a poeira e começar algo diferente, mesmo que seja apenas nos seus pensamentos, afinal, tudo começa na mente.

Vamos tentar?!

7 de abril de 2014

Perto de Ti [27]

Aquarela atroz de colorido pálido e lento
Invasivas sombras que sorrateiramente infiltram as paredes
Embalo mórbido de solidão e medo...


N’alguns instantes atrás cores, em preto e branco, percorriam meus quartos
E gélida indiferença trazia missivas vindas das pegadas do ontem
Embalo mórbido de solidão e medo...


Então Tuas flores, pétalas de vida e paz, tornaram em manhã o meu hoje
Juras de certeza fizeram brotar a esperança em cores de verde e azuis
Embalo doce de abraços e fotografia do amanhã...


Teu peito, minha paz, embebe de canções entendidas por minh’alma o agora
Nas gotas da Tua presença o oceano dos Teus olhos me abraça e lança fora a ferida

Embalo doce de Vida que se manifesta – perto de Ti!




4 de abril de 2014

Às mulheres. Ao futuro.

E se hoje eu estivesse escrevendo uma carta para as tantas mulheres, mães de família, irmãs, amigas, esposas, cunhadas, sogras, confidentes... altas, baixas, gordinhas, magérrimas, estudantes, escritoras, cozinheiras, desenhistas, amantes de moda e café, ou ouvintes de rock e fãs de fast food... às indizíveis mulheres que colorem, perfumam e constroem esse nosso planeta. Pois bem, é a essa mulher que eu pergunto, e me incluo como foco desse questionamento: O que você está semeando para o amanhã? Quais os frutos você espera colher?
Muito se discute, depois da divulgação de uma pesquisa do IPEA, sobre a violência contra a mulher. Opiniões absurdas de uma massa completamente moldada pela mídia, incoerente, alienada, que valoriza as coisas e usa as pessoas, acostumada aos padrões estabelecidos por uma sociedade machista; homens e mulheres moldados por suas paixões, pelo egoísmo, pela não valorização à vida alheia. Esse é o retrato da nossa sociedade... Filhos que não respeitam os pais, pais que não amam seus filhos, famílias desmanteladas pela frieza e comandadas pelo sistema do “ter” e “poder”, apenas preocupadas com o status, envoltas pela necessidade de “mostrar que...”.
Afinal, quanto vale a opinião alheia? Qual o esforço necessário para voltar a viver? No que consiste o amor e a solidariedade? Qual o valor de uma vida? Quais são os tesouros de um ser humano? O que eu espero para o futuro?
Essas são algumas questões que precisamos, diariamente, analisar e responder, a nós mesmos. O que você responderia?
A raiz da doença que assola nossos dias e mata, constantemente, as pessoas, está escondida nas deformidades, hoje aceitas como normais, geradas nos lares. A falta de diálogo, de empatia, tem quebrado os pilares de um lar saudável e frutífero. Sim, temos gerado pessoas inférteis, incapazes de amar, de olhar para o lado e enxergar alguém além de si mesmas.
E o maior problema é que, no meio desse caos, nada tem sido feito para que a situação mude... pais e filhos continuam distantes, irmãos permanecem indiferentes, a valorização ao acumular dinheiro e poder se perpetua...
Mas uma Verdade nos é esperança e a certeza de um possível amanhã: existe um Deus que a cada manhã renova a Sua misericórdia e nos presenteia com Sua Graça. Ele, o nosso Pai, nos permite fazer do hoje uma nova realidade, um novo começo... Sim, essa é a nossa chance de mudança. E o tempo que temos é o AGORA!
Se começarmos a mudar, nas pequenas coisas, nossas atitudes, e com esforço transformar o nosso olhar a respeito da vida, do ser humano, dos reais princípios e verdadeiros valores, veremos, sem tardar, alterações significativas no rumo que as nossas vidas estão levando.
E porque eu direcionei essa carta às mulheres e não às mulheres e homens? Nós somos o alvo das discussões atuais, as vítimas da violência, do abuso, e também somos as que geram os abusadores, as que alimentam a desvalorização do indivíduo, as que criam os meninos, nossos futuros homens, as que ensinam o egoísmo e indiferença... Uma parcela dessa culpa é nossa; das mulheres que passaram a valorizar mais a estética do que a fidelidade, a autossatisfação do que a vida em família, o “ter” do que os verdadeiros sorrisos e a beleza do simples e real...
Entendem a razão da necessidade de educarmos as nossas crianças? De mudarmos as músicas que ofertamos aos filhos, do conteúdo direcionado aos jovens (cartas cheias de podridão pornográfica que apenas incentivam a violência, coisificação das pessoas e o aborto voluntário dos sonhos)? De ensinarmos um olhar profundo a respeito da vida, deixando de lado a superficialidade ensinada nas novelas, nos reality shows...?
Resolvi escrever às mulheres, pois o nosso poder é bem maior do que conseguimos ver... o Pai nos deu a dádiva de gerar vida, de compreender além do olhar preciso dos homens, de sentir de uma forma que só pode ser descrita como divina.
Nós podemos ser os agentes de mudança!

Só resta a pergunta: Você quer?


Imagem copiada do Tumblr

2 de abril de 2014

É primavera

Nas delícias de Tuas palavras meu peito pulsa
E singelas pétalas de Vida, carregadas de cor, perfumam as horas;
Com dizeres teces melodias que como luzeiros brilham.
 
Certeza do meu hoje que somente em Teus braços pensa
E caminha em trilhos - escolhas banhadas de cruz e perfume de amoras;
Notas de infinda primavera removem as velhas cortinas e declaram:
 
N’outro caminhar não estaria
Outra vida não escolheria
Cruz e o vermelho escarlate – fascínio
E em meu coração Tua paz – silêncio
 
É primavera!