4 de junho de 2014

Criticidade


Por que temos tanto medo da discussão, do debate?



   As pessoas temem externar o que pensam... Temem a rejeição... Ou a exposição do fato de não possuírem uma opinião formada sobre o assunto, de não exercitarem o pensamento crítico a respeito das coisas, fatos, que as cercam?

   Muito de nós, desde o nascimento, somos encorajados a repetirmos as verdades que nos ensinam, a nos misturarmos ao ponto de não sermos mais indivíduos, mas mais do mesmo. Somos ensinados que o melhor é o que “todo mundo pensa” e não há porque tentar caminhar para algo diferente disso.

   O exercício da criticidade é fundamental para o desenvolvimento do ser humano, enquanto ser pensante, dotado de inteligência, de capacidade de julgamento das escolhas que se lhe apresentam, dos conceitos que saltam, a cada momento, nas telas dos computadores, celulares, TVs, etc.

   Não sou nenhuma estudiosa na área, mas o que tenho percebido no meu círculo de convívio, nos lugares onde ando, é que a rejeição às pessoas que costumam emitir um opinamento, seja ele em concordância com a opinião da maioria, ou em discordância, passam a ser alvo de apontamentos maliciosos, mal vistos.

   E essa realidade muito me espanta, no sentido de provocar temor em relação à “qualidade” de pessoas que estamos formando, ou ajudando a formar.

   Nossa capacidade de racionalização, de escolha, é um presente e, para nos conformarmos com o padrão temos de abrir mão dele? Existe algo muito errado por trás dessa noção que se espalha como erva daninha por entre as casas, escolas, e demais instituições. Precisamos, o quanto antes, acordar para a necessidade de encorajarmos nossas crianças, jovens, e futuros adultos, governantes, líderes, a exercitarem o pensamento crítico, a análise das variáveis... Precisamos entender que o colorido só pode ser desfrutado por aqueles que enxergam as diferentes cores, e não apenas tons de cinza.

   Todos os dias esses pequenos grandes desafios se apresentam a nós, independente do cenário, ambiente, e a hora para semearmos um amanhã promissor é no hoje. Não podemos perder mais tempo com os enlatados que nos servem, como se não houvesse alimento fresco, e esse não pudesse ser cultivado por mim mesmo, no meu próprio quintal. Conseguem entender a metáfora? Do que temos nos alimentado, e o que temos dado de alimento aos outros?



Agora é a hora... PENSE!