Por que temos tanto medo da discussão, do debate?
As pessoas temem externar o que pensam... Temem a
rejeição... Ou a exposição do fato de não possuírem uma opinião formada sobre o
assunto, de não exercitarem o pensamento crítico a respeito das coisas, fatos,
que as cercam?
Muito de nós, desde o nascimento, somos encorajados
a repetirmos as verdades que nos ensinam, a nos misturarmos ao ponto de não
sermos mais indivíduos, mas mais do mesmo. Somos ensinados que o melhor é o que
“todo mundo pensa” e não há porque tentar caminhar para algo diferente disso.
O exercício da criticidade é fundamental para o
desenvolvimento do ser humano, enquanto ser pensante, dotado de inteligência,
de capacidade de julgamento das escolhas que se lhe apresentam, dos conceitos
que saltam, a cada momento, nas telas dos computadores, celulares, TVs, etc.
Não sou nenhuma estudiosa na área, mas o que tenho
percebido no meu círculo de convívio, nos lugares onde ando, é que a rejeição às
pessoas que costumam emitir um opinamento, seja ele em concordância com a opinião
da maioria, ou em discordância, passam a ser alvo de apontamentos maliciosos,
mal vistos.
E essa realidade muito me espanta, no sentido de
provocar temor em relação à “qualidade” de pessoas que estamos formando, ou
ajudando a formar.
Nossa capacidade de racionalização, de escolha, é um
presente e, para nos conformarmos com o padrão temos de abrir mão dele? Existe
algo muito errado por trás dessa noção que se espalha como erva daninha por
entre as casas, escolas, e demais instituições. Precisamos, o quanto antes,
acordar para a necessidade de encorajarmos nossas crianças, jovens, e futuros
adultos, governantes, líderes, a exercitarem o pensamento crítico, a análise
das variáveis... Precisamos entender que o colorido só pode ser desfrutado por
aqueles que enxergam as diferentes cores, e não apenas tons de cinza.
Todos os dias esses pequenos grandes desafios se
apresentam a nós, independente do cenário, ambiente, e a hora para semearmos um
amanhã promissor é no hoje. Não podemos perder mais tempo com os enlatados que
nos servem, como se não houvesse alimento fresco, e esse não pudesse ser cultivado
por mim mesmo, no meu próprio quintal. Conseguem entender a metáfora? Do que
temos nos alimentado, e o que temos dado de alimento aos outros?