13 de dezembro de 2015

Segura minha mão...


Ainda bem que em meus dias Ele governa!
Singelezas percorrem as horas em que o presente é desvendado
Todos os segundos repletos de luz e aqueles filetes de doçura;
Esperança!


Meu sorriso revela que estás comigo!
Silenciosa paz repousa em meu peito – antes caos
Tempestade feita em sossego. Como uma onda envolve meus abraços,

Segura minha mão!


30 de novembro de 2015

Timbres distantes

Ainda consigo perceber o calor da tua presença em meu cruzeiro;
Infinda sensação de vazio e torpor anestesiam meus olhos...
O choro da noite passada que em rios transformou meu peito
Somente anuncia que no agora tuas mãos já não mais abraçam - frio.


Dias envoltos em palavras rotas pela paixão se deitaram, adormeceram
Fez-se a noite em estrelas desenhadas por sonhos e canções de ninar
E num devaneio cobriu o jardim - lençóis brancos e algumas pétalas de rosa
O silêncio, em pequenos passos, conheceu os cantos, o quarto, a cama...


Vivificar tal coração que ama seria teu anelo, mas perdeu-se noutros compassos
Timbres distantes tomaram teu colorido; teias de desvelo restaram - fotografia
Solitária verdade abre a porta, talvez ecos em brisa devolvam o perfume
E o doce sabor de café e canela que em mel veste meu presente com sorriso.


Manhã

Centelha de vida invadiu o vazio de um quarto sem cor,
Passarela de fotografias rotas e canções silenciosas,
E pintou de poesia os versos abandonados ao caos - guerra.

Sorrateiramente a bruma leve se achegou, um sorriso,
Pétalas cor d'uma tarde de outono cobriram os espaços
Inertes há séculos, prisioneiros do branco reinante - nada.

Pouco a pouco os feixes de luz se fizeram estrela e céu,
Numa chuva de castelos sabor romã e flores maduras - primavera.
Singelezas tornaram o gris em doce expressão da harmonia do nós.

Agora somos, num universo antes infindo, a eternidade,
Trazida pelas mãos do orvalho, que veste as manhãs em seda e mel;
E em sentir o toque do hoje é tecida a paixão - vida - oceano.





22 de novembro de 2015

Mar

Instantes que ressoam em meus ais
E no hoje permeiam os cantos da sala
Enfeitiçam os ponteiros donos do tempos
Ainda investidos de sombria alegria - tic tac

No dedilhar dos pequenos sons daquela noite
Somente o torpor é encorajado e dança
Melodias límpidas, vestidas de linho e seda;
Uma palavra e fez-se o trepidar de um coração - que ama.

Queria eu o despertar numa manhã de outono;
E cercar de calor a brisa amante - um beijo.
Perceber as nuances de algo que é eterno,
Olhar nos teus olhos o mar que abriga meu caos - céu.

 

 

29 de maio de 2015

Imaterial

Enquanto a simples idéia de ter você comigo faz fenescer o caos, posso me sentir segura...
Alguns passos rumo às cortinas de seda e o perfume das tuas palavras apazigua meu coração, que d'antes sofria...
Teria eu a verdade de tuas mãos? O sorriso dos teus olhos a mim seria luz?

No agora eu entrego o meu singelo toque, posto que é chama, e invoco a tal canção que traz teu coração ao meu.
As certezas não mais existem, mas uma verdade de que pertencer vai além das letras que se colocam como adorno no branco.
E no meu peito a vontade de apenas o teu rosto no meu, tuas mãos abraçando as minhas... sintonia.

Adormecer talvez traria a ausência tua dos meus instantes, mas me deito com o colorido de uma tarde de outono...
Sinais de que mesmo em meus sonhos, e nos redutos e lugares secretos, tua presença transita nos filetes de vida.
Então me despeço e, ao fechar os olhos, encontro o calor da tua pele a envolver todos e cada um dos meus sentidos.

E em meus lábios sabor de brisa, canela e café...

24 de abril de 2015

Afinal... esperar?!

   Quando falamos em esperar, muita coisa passa pela cabeça, inclusive passividade total, aguardar um ser cair do céu, achar que o tal vai esbarrar com você e, olhos nos olhos, vai ser amor à primeira vista.
   Bem, minha opinião a respeito vai sendo formada a cada dia que passa...
   Eu acredito em direcionamento do Espírito Santo, sinais dados pela própria pessoa que indicam quem (o eu) está escondido por trás da primeira e segunda impressão. E também em nunca desconsiderar os critérios básicos estabelecidos por estarmos no Pai.
   Eu não sou daquelas que acredita que exista uma pessoa específica pra mim, mas que existem pessoas sim compatíveis, e à medida que eu caminho com Cristo, e meu caráter vai sendo moldado, existe um direcionamento para que propósitos se encontrem, para que corações se afaguem e sorrisos nasçam a cada encontro. Será que eu me fiz entender?
   Uma coisa fundamental nesse processo: não tentar não ser humano. Porque é habitual nos vestimos de uma santidade inventada por nós, declararmos aos quatro ventos que estamos mais do que bem sozinhos, dizer que não sentimos falta de alguém do lado, afinal, somos independentes e não precisamos de ninguém do nosso lado pra ficarmos bem e nos completar... hehehehe.
   Na minha caminhada com o Pai, a minha dependência dEle é desenvolvida, e eu passo a ser como criança que espera no Pai. Mas isso não me isenta da verdade de que o natural (fomos criados assim) é    que não vivamos sós. Não fomos feitos pra isso. O que também não me permite ser dependente de um outro alguém, que não seja Deus, para ser completa. E falando tudo isso uma palavra salta na minha mente: equilíbrio. Precisamos entender quem somos, quem o Pai é, para que, enfim, possamos dar outros passos nesse aspecto. Porque é comum pessoas doentes encontrarem outras pessoas, também doentes, e buscarem a cura onde não existe. Somente no Pai somos completos, plenos, felizes, abundantes.
   Assim penso eu, e você?



29 de março de 2015

Dia 1 ...

   Cem dias de felicidade...

   Talvez você também já tenha ouvido falar dessa proposta, ou visto a hashtag #100HappyDays em alguma foto ou post pelas redes sociais.

   Comprei minha edição da revista Vida Simples com o tema da matéria: O que você traz na bagagem. Já devem ter percebido o quanto eu ando reflexiva (mais do que o normal, o que já é bastante) a respeito de quem eu sou, como cheguei até aqui, minhas raízes, influências, percepção da vida... E me deparo com a matéria Cem dias de felicidade, com texto assinado por Adriana Rossatti, em que ela descreve a grata surpresa de, ao longo da vivência da experiência proposta pela Vida Simples, fotografando seus #100HappyDays, descobrir aspectos tão preciosos dos seus dias, que por tanto tempo, a ela mesmo, por vezes foram anônimos, deixados de lado, não valorizados. Pôde descobrir como as coisas simples, os detalhes, os companheiros de todos os dias, as histórias compartilhadas, encontros, sensações rotineiras, podem guardar tantas memórias, tantos sentimentos bons, tanto prazer, tanta riqueza...

   Senti uma vontade tão grande de aceitar o desafio, mas resisti um pouco, afinal sou daquela que não gosta de seguir modinhas, de fazer o que todos estão fazendo, e sabia que muita gente tinha embarcado nessa aventura. Mas também me lembrei de como é bom parar um poco de pensar no que os outros acham e olhar para o que eu quero, o que é importante pra mim. Então, se eu aceitasse o desafio seria também uma experiência gostosa pra mim, um exercício do jogo do contente, como me ensinou Pollyanna (Eleanor H. Porter, 1913).

   Cá estou eu, dando início a essa jornada, cem dias, cem passos rumo às belezas escondidas nos detalhes que deixamos escapar aos olhos. Escolhi desacelerar e fitar as canções que brotam dos silêncios e das turbulentas gritarias do transitar dos instantes em cada pequeno espaço de tempo. E acho que comecei de uma forma linda, revendo pedacinhos valiosos do meu passado, meus livros da infância, fotografias de uma menininha de sorriso largo e grandes sonhos, que já se achava gente grande mesmo tão pequena (sempre achei que fosse a adulta), retratos dos meus pais antes mesmo de se encontrarem e se unirem, cartas que escrevi, artesanatos que fiz com tanto carinho, recortes... e sabemos que uma visita assim significa muito mais do que apenas ver imagens, ou tocar em peças antigas.

   Assim foi meu início... um dia lindo, em família, com direito a pipoca e brigadeiro, sem esquecer os sorrisos e o calor do aconchego.

#Dia1
#SarahHappyDays
#100HappyDays


 Eu e meu papi... tinha 2 aninhos



23 de março de 2015

Lá vou eu



   Alguns anos atrás muitos questionamentos começaram a brotar... acerca de quem eu realmente sou, do que gosto, de como a construção do meu caráter se deu, no que realmente resultou todo o processo de vida.

   Nesses meus 27 anos, quase 28 (hihihi, nem acredito, quase 30), tantas lâmpadas foram acesas por tantos que talvez nem façam ideia da relevância que tiveram na formação desse eu que agora está aqui. Muitas lágrimas, quanta incerteza, sempre infindo o transitar veloz dos pensamentos, percepções, diversas construções da realidade no meu universo racional...

   E não é que nesse caminho eu pude encontrar dentro de mim o tracejado de um eu que, apesar de em constante aperfeiçoamento, tinha uma identidade real, viva, pulsante. Fui descobrindo uma mulher forte, completamente sensível, racional, idealizadora, com tanta fé, sedenta por vida, apaixonada pelo Dador da Vida, com sorriso de menina, intensa...

   Sim, essa sou eu... amadora na arte de se descobrir, que busca os tais passos firmes rumo ao futuro tão sonhado, cheio de cores, tardes gris, preto e branco, folhas ao vento, quintais, palavras dançantes e algumas escondidas nos cantos e baús... Uma mulher orgulhosa de sua origem, grata por suas raízes, pelos dias e dias ouvindo valsas, Nelson Gonçalves, Luiz Gonzaga, Roxxete, Nazareth, Caetano com seus caracóis, Alcione nossa “Marrom”, The Stylistics, Simply Red... Michael Jackson com toda sua genialidade, The Manhattans, Bee Gees (S2), Tião Carreiro e Pardinho, Chitãozinho e Xororó, Zé Ramalho, Alceu Valença, Gilberto Gil, Elvis Presley, Pholhas, Bob Marley, Martinho da Vila, Jimmy Cliff, Tom Jobim, João Gilberto, Ney Matogrosso, Secos e Molhados... sempre no eterno e tão amado vinil. Muito outros... mas esses são os que me lembro agora.

   Amei descobrir meus cachos (meus caracóis), minha negritude, minha paixão pela cultura indígena, minha sede por escrever um livro, a vontade imensa de colecionar máquinas de escrever e máquinas fotográficas, de viajar pelo Brasil e descobrir as belezas de cada cantinho, e nesse passear comprar quantos discos puder... hehe... enfim...

   E agora estou aqui, falando sobre mim, me descobrindo ainda mais, querendo viver os #100HappyDays por todos os meus dias, os #30DiasMeAmando por todos os meses que virão... tecer minha história de paixão que nasceu do maior gesto de Amor possível (Jesus), amar como se não houvesse amanhã. Parece clichê? Talvez seja, “mas os clichês também são verdades”, como disse Adriana Rossatti.


 Então, lá vou eu...



14 de março de 2015

Ainda há vida



Transforma-se o amador na cousa amada
por virtude do muito imaginar;
não tenho, logo, mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.

Se nela está minha alma transformada, 
que mais deseja o corpo de alcançar? 
Em si somente pode descansar, 
pois consigo tal alma está ligada. 

Mas esta linda e pura semidéia, 
que, como um acidente em seu sujeito, 
assim como a alma minha se conforma, 

está no pensamento como idéia: 
[e] o vivo e puro amor de que sou feito, 
como a matéria simples busca a forma.




Luís de Camões



***


Há algum tempo não escrevo e apenas passo por aqui, recordando, relendo, revivendo, num constante processo de reinvenção. Confesso a saudade que estava de continuar essa carta...

Deixo as pegadas na areia, talvez nunca me encontrem, mas pode ser que em algum instante se acheguem a mim ao seguir o perfume da alma desse eu...

Então sigamos...



#BemVindos